O legado de Andrés Segovia

Andrés Segovia certamente é, mesmo 30 anos após a sua morte, o grande referencial do violão erudito. Seu enorme legado foi transmitido por seus concertos ao redor do mundo, seus alunos (Julian Bream, John Williams, Eliot Fisk, etc) entre outras contribuições. Ele trabalhou arduamente para que o violão tivesse o seu merecido lugar nas salas de concerto de todo mundo (e conseguiu esta façanha!).

Segovia também aumentou significativamente o repertório solo do nosso instrumento comissionando novas composições e transcrevendo obras do repertório barroco, clássico e romântico. Federico Moreno Torroba, Joaquín Rodrigo e Heitor Villa-Lobos foram alguns dos compositores que escreveram para este notável violonista espanhol.

Berimbau, Baden Powell e o seu gênio interpretativo

A história da composição de Berimbau e os afro-sambas em 1962 pela dupla Baden e Vinícius já não é novidade para ninguém. A intenção deste post é levantar algumas simples reflexões que tive (as quais provavelmente muitos outros instrumentistas compartilham) após assistir este vídeo do grande Baden tocando a sua emblemática obra. Seguem abaixo os meus pensamentos…

Onde fica o limite entre a genialidade e a técnica de um instrumentista? Existe uma fronteira que separa o fazer artístico consciente do instintivo? São as perguntas que me ocorrem ao ver Baden Powell tocar violão. Além de um grande compositor, Baden era exímio violonista. Observem a sua técnica de mão direita. Teria ele desenvolvido este toque tão rítmico e fluido meticulosamente ou foi puro instinto, feeling e ouvido? E qual grande violonista vocês conhecem que toca publicamente (ou mesmo em casa) com cordas velhas e um palito de fósforo enfiado sob os bordões da primeira casa para evitar trastejamento?
Este é um post cheio de perguntas, e antes de mais nada um convite à reflexão. A última delas: até onde devemos racionalizar nossas ações e quando é o momento de “deixar rolar”?

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